Núcleo Museológico "O Lyceu" - Objects with History

A Manivela da Poupança: Memórias de Cálculo no Liceu
Denominação: Calculadora mecânica
Marca: Thales, Modelo AE (3.), número de série, 73468
Centro de fabrico: Thaleswerk GmbH, Rechenmaschinen Fabrik, Rastatt/Baden, Alemanha
Datação: 1ª metade do século XX
Fotografia: Lília Castanha
Pesquisa e texto: Lília Castanha
No dia 31 de outubro celebra-se o Dia Mundial da Poupança, uma data que nos convida a refletir sobre a importância da boa gestão financeira. Entre os instrumentos que acompanharam esta prática, as máquinas de calcular distinguem-se pela fiabilidade e precisão. Este mês, apresentamos uma peça singular do acervo do Liceu Jaime Moniz: a calculadora mecânica Thales AE (3.), de fabrico alemão e datada da primeira metade do século XX, testemunho do quotidiano administrativo da instituição.
Robusta e inteiramente manual, esta máquina funciona apenas com a força do braço, dispensando eletricidade ou pilhas. Através da sua manivela, o utilizador podia realizar diferentes operações: ao girar para a frente, somava e multiplicava; ao recuar, efetuava subtrações e divisões. No seu núcleo encontra-se o engenhoso mecanismo da “roda de pinos” — o pinwheel —, que permitia selecionar os números desejados com pinos retráteis e, de seguida, acionar a manivela para obter o resultado.
Graças a este sistema, a Thales AE possibilitava executar as quatro operações aritméticas com uma rapidez e exatidão notáveis para o seu tempo. Ainda que, a partir da década de 1960, as calculadoras eletrónicas tenham começado a substituir as versões mecânicas — difundindo-se os modelos de bolso nos anos 70 —, esta máquina permanece como símbolo de uma era em que o cálculo era, também, uma manifestação da mecânica e do engenho humano.