Núcleo Museológico “O Lyceu” – Peças com história

Lobo marinho taxidermizado

Outubro: Lobo marinho taxidermizado
Proveniência: Ilha da Madeira
Datação: primeira metade do séc. XX
Fotografia: Carlos Rodrigues
Pesquisa e texto: Lília Castanha, Aida Pupo e Teresa Visinho

No dia 4 de outubro, assinala-se o Dia do Animal. O Núcleo Museológico  dispõe de um conjunto de animais taxidermizados e conservados, provenientes do antigo museu pedagógico, associado às aulas de ciências naturais. Desde a segunda metade do século XIX, que estes museus dos liceus foram adquirindo estes materiais didáticos, de modo a permitir a observação direta de espécimes.

Entre os animais expostos, destaca-se um jovem lobo marinho ou foca-monge do mediterrâneo, Monachus monachus (Hermann, 1779). É a foca mais rara do mundo. Podem atingir mais de 2,5 metros de comprimento e 300 kg de peso, vivendo até os 20 ou 30 anos, no seu estado selvagem. Passam a maior parte do tempo dentro de água, podendo estar submersos até 15 minutos, alimentando-se de polvos, peixes e crustáceos.

Apesar de esta espécie ser uma foca verdadeira (família Phocidae), com caraterísticas distintas dos lobos-marinhos, Gonçalves Zarco, descobridor da Madeira, atribuiu-lhes esta designação devido aos seus urros e dentes afiados. A espécie era abundante no arquipélago durante o século XV, mas a exploração pela gordura e pele levou quase à sua extinção.

Em 1990, foi criada a Reserva Natural das Ilhas Desertas, com o objetivo de proteger esta espécie, com resultados positivos. No entanto, estes animais continuam vulneráveis, devido à ocupação e destruição do habitat e à ocorrência de ferimentos graves e morte, causados por redes e outros artefactos de pesca. Recentemente, e esporadicamente, têm sido avistados alguns indivíduos junto à costa da ilha da Madeira.