Núcleo Museológico “O Lyceu” – Peças com história – Novembro
Novembro: Fotografia de setimanistas
Datação: 22 de dezembro de 1929
Proveniência: Doação do Superintendente-Chefe Nuno Homem da Costa
Fotografia: Carlos Rodrigues
Pesquisa e texto: Lília Castanha
No mês em que se celebra a Benção das Capas, o NMLJM-Núcleo Museológico “O Lyceu” apresenta uma fotografia de setimanistas do Liceu Jaime Moniz, quando este ainda funcionava no Paço Episcopal, na Rua do Bispo.
Em dezembro de 1929, um grupo de alunos do 7º ano liceal (atual 11º) fez a sua viagem de final de curso a Lisboa, na companhia de dois professores. Na bagagem, o fato e a capa, que trajaram para a fotografia tirada num estúdio da capital.
Neste grupo excursionista, encontram-se três pessoas da mesma família. O ilustre professor do Liceu Cónego António Homem de Gouveia, tio do aluno Fernando Homem da Costa, que, por sua vez, casar-se-ia com a irmã do aluno Fernando Pinto Coelho, algo que os dois setimanistas desconheciam na altura.
Os três assumiram cargos de relevo na sua vida profissional.
O Cónego António Homem de Gouveia cumpriu funções junto da Diocese e outras civis, como professor, Presidente da Junta Geral ou deputado. Falava várias línguas, em especial o alemão. Durante o exílio dos imperadores Carlos de Áustria e Zita de Bragança e Boubon-Parma, na Madeira, o cónego Homem de Gouveia foi o seu capelão, conselheiro e secretário.
Fernando Homem da Costa seguiu a carreira militar. Em 1938, já casado com Maria Alice Pinto Coelho, parte para Macau, onde permaneceu durante a segunda Guerra Mundial. Regressou à Madeira e exerceu diversos cargos de chefia na Guarnição Militar. Em 1960, tomou posse como presidente da Junta Geral do distrito do Funchal. O Coronel Fernando Homem da Costa acumularia ainda a presidência da Junta Autónoma dos Portos e da Junta dos Aproveitamentos Hidráulicos.
Fernando Pinto Coelho licenciou-se e doutorou-se pela Universidade de Coimbra. Frequentou estágios em Inglaterra e tornou-se professor catedrático de Química. Durante a sua carreira académica, desempenhou vários cargos administrativos de destaque. Foi também delegado português às Conferências Internacionais da ONU sobre a utilização da energia atómica para fins pacíficos, além de consultor da Junta de Energia Nuclear de 1960 a 1974.